A liberdade é instantânea no momento em que aceitamos as coisas como elas são.
Karen Maezen Miller
Se pararmos para pensar por um momento, não é difícil perceber o quando ficamos lutando contra a natureza, contra outras pessoas ou nós mesmos, simplesmente pela necessidade de controlar tudo que acontece. Obviamente, é uma batalha perdida – mas que ainda assim empregamos constantemente nas nossas vidas.
Aceitar não significa não sentir: há o sofrimento inevitável quando passamos por algo ruim. Significa, na verdade, não querer se livrar daquilo a qualquer custo. Muitas vezes essa aversão causa mais sofrimento do que o fato em si. Tendo em mente que nada permanece, podemos ter uma atitude mais compassiva com as nossas próprias dificuldades.
Aceitar também não é igual à não reação. Devemos cuidar de nós mesmos e dos outros. Mas quando examinamos as situações de forma ponderada, podemos entender melhor quando devemos agir e quando há coisas cuja reação é infrutífera e causará mais dificuldades.
Na Terapia de Aceitação e Compromisso, a aceitação refere-se à convivência com os estados emocionais negativos, como tristeza, raiva, aversão, preocupação, incômodo. Se formos pensar, a maior parte dos problemas psicológicos residem na nossa incapacidade em lidar com tais sensações, que nos leva a querer controlar os aspectos da nossa vida que as provocam. Na ânsia de evitar o sofrimento, muitas vezes criamos as condições para que ele surja.
Quando entendemos que não somos obrigados a fazer nada, nem a reagir automática e freneticamente a tudo que sentimos ou vivenciamos, experimentamos uma sensação de paz. A liberdade verdadeira começa por aquela que nos permitimos ter.
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